Manejo do sangramento nasal
Blog do Dr. Adriano Caldart

Manejo do sangramento nasal

Uma das piores situações de emergência médica é a epistaxe, que é definida como qualquer sangramento proveniente da mucosa interna do nariz. Estima-se que aproximadamente 60% da população já passou por isso.

Existem dois tipos de epistaxe: a anterior e a posterior. Na epistaxe anterior, que é a mais comum, observamos que o sangue escorre pelo nariz pois é originado da porção mais anterior da fossa nasal. Na epistaxe posterior, que geralmente é mais intensa, o sangue é eliminado pela boca. Embora assuste, o sangramento nasal pode, na maioria das vezes, ser resolvido com medidas simples realizadas pelo próprio paciente ou pelo seu otorrinolaringologista no consultório.

As causas podem ser locais ou sistêmicas. Os fatores locais mais comuns são: trauma externo (fratura nasal), trauma digital (principal causa em criança), infecções virais (gripe e resfriado) ou bacterianas (sinusite), rinite alérgica, corpo estranho, desvio de septo, inalação de ar muito frio e seco, pós-operatórios de cirurgias e tumores nasais. Já a principal causa sistêmica de epistaxe é a hipertensão arterial, que normalmente acaba originando grandes sangramentos. Outras causas menos comuns são: doenças e medicações que alterem a coagulação, aterosclerose, uso de drogas e abuso de álcool.

O diagnóstico da epistaxe é eminentemente clínico, feito através de um exame otorrinolaringológico minucioso, complementado muitas vezes pelo uso de micro-câmeras, testes de coagulação e exames de imagem, como tomografia e ressonância nuclear magnética. 

Na maioria das vezes, o sangramento é autolimitado, ou seja, cessa espontaneamente. A primeira atitude a ser tomada frente a esta doença é a compressão digital, pelo próprio paciente, da parede lateral do nariz contra o septo nasal. Deve-se procurar manter a cabeça curvada para frente, evitando assim que o sangramento escorra para a garganta. A imensa maioria dos sangramentos, principalmente em crianças, cessam com esta simples medida. O uso de compressas geladas sobre o nariz pode ajudar. Nos casos resistentes à 10 min. de compressão ou em sangramentos de grande volumes, procurar imediatamente um serviço de emergência. Pacientes com história de hipertensão devem inicialmente aferir sua pressão. Nestes casos, a estabilização da pressão resolve ou ameniza o problema. 

O controle se faz através do uso de medicamentos vasoconstritores e a cauterização dos vasos afetados com produtos coagulantes aplicados no nariz pelo Otorrinolaringologista. Evita-se atualmente a colocação de gazes (os famosos tampões), por causarem extremo desconforto ao paciente. Em casos mais severos, como nas epistaxes posteriores ou nos casos recorrentes, o paciente pode ser encaminhado ao centro cirúrgico para identificação precisa do local do sangramento e controle eficaz da doença, proc.